quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Vereador preso toma posse em Itapiúna e recebe apoio da população



Por Aracoiaba News - Cercado por eleitores e escoltado por policiais militares, o vereador Francisco Alberto Leite Barros Filho (PDT) deixou a Câmara Municipal de Itapiúna, a 110 quilômetros de Fortaleza, após tomar posse, e retornou à cadeia da Cidade. Albertin, como é conhecido, está preso desde 4 de novembro do ano passado sob acusação de matar adversário político no dia do primeiro turno das últimas eleições, em 2 de outubro. Ele assume terceiro mandato sendo o vereador mais votado. Contudo, deve pedir licença das funções amanhã. É que o parlamentar não recebeu autorização para ser conduzido às reuniões da Casa enquanto cumprir prisão preventiva.

A assinatura do termo de posse ocorreu por volta de 9 horas de ontem. A sala principal da Casa foi ocupada por cerca de cem apoiadores do pedetista. Eles carregavam cartazes com frases de apoio, gritavam pedidos de liberdade e rezavam. Com a sala cheia e a falta de espaço, maior parte da multidão sequer conseguiu chegar à cerimônia. Muitos ficaram em ruas próximas, observando a chegada e a espera da saída do parlamentar.

Para os eleitores, o vereador é inocente e foi “injustamente” incriminado no caso. “Ele sempre foi bem votado e os adversários ficaram com inveja. É uma pessoa que faz muito pelo povo. Se ele se candidatar dez vezes, dez vezes eu voto nele”, garantiu a dona de casa Reginalda Coelho enquanto aguardava na porta da Câmara. A sessão durou cerca de 20 minutos. Na saída, Albertin abraçou, emocionado, algumas pessoas. Eles fizeram um corredor até a viatura que conduziu o vereador de volta à cadeia. Alguns choravam e se ajoelhavam diante dele.

Morador de Itapiúna, que pediu para não ser identificado, criticou a comoção. “Dá vontade de arrumar as coisas e ir embora. Acho ridículo, um retrocesso democrático e um uso indevido do aparelho eleitoral”, lamentou. Para Paulo Roberto (PMDB), presidente da Câmara e adversário político do parlamentar mais bem votado, a situação exige cautela. “Até o dia do julgamento ele é inocente. Eu fiz o que tinha de fazer: apossei o vereador. Agora, fica a vontade do juiz de liberar ele para as sessões”, esclareceu.

Albertin

A investigação de homicídio que pesa contra Albertim ocorreu em Barra Nova, localidade de Itapiúna e reduto político do pedetista. A vítima, Antônio Gésio Prudêncio Alves, foi atingida por disparo de arma de fogo na cabeça. No momento da morte, ele trabalhava para Dário Coelho (PMDB), adversário político do acusado. 

“Não é nem estar na hora e no lugar errado. Ele, na verdade, não estava nem no lugar. O Albertim estava em casa, a Justiça sabe disso”, defendeu Chernoviz Filho, primo do parlamentar. Ele esclareceu que não havia desavenças entre o familiar e a vítima. “Deram uma conotação política ao crime, dizendo que meu primo tinha dado anuência, coisa que nunca ocorreu”, garantiu. (Colaborou Jéssika Sisnando)

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